Após atravessar um momento de crise interna e passar pela falência em novembro de 2022, a corretora de criptomoedas FTX está passando por um momento de venda de patrimônio em criptoativos como forma de seguir com os seus compromissos. A instituição, que já foi a segunda maior do mundo baseando-se em valor, está se movimentando para pagar e ressarcir os investidores.
O momento também preocupa especialistas e investidores, visto que, com a venda de aproximadamente US$ 3,4 bilhões em criptomoedas por parte da empresa, há uma preocupação se a movimentação afetará a cotação dos ativos vendidos, de forma negativa.
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De acordo com especialistas, uma das vendas mais alarmantes é a da Solana. Recentemente, a FTX possui US$ 1,1 bilhão em Solana, US$ 118 milhões em XRP, US$ 560 milhões em bitcoin, US$ 192 milhões em ether, US$ 41 milhões em wBTC, US$ 37 milhões em wETH e U$ 1 bilhão em outras 400 criptomoedas.
Com o caso, as criptomoedas caíram em cerca de 9% a partir da venda da posição por parte dos investidores. No último dia 11 de setembro, a SOL teve um crescimento de 9%.
Imposições para venda como proteção do mercado
De acordo o relatório da Coinbase, o assunto é visto de maneira positiva, algo que contraria o entendimento da Matrixport, que em seu relatório destacou que a venda por “prejudicar o mercado de criptomoedas pelo resto de 2023.”
Para Coinbase, corretora, existem algumas justificativas para a redução do impacto negativo. Um dos fatores está relacionado a limitação da venda por semana, que chega a US$ 50 milhões durante a primeira fase e pode acrescer em US$ 100 milhões nas outras semanas.
Para o head de research institucional da Coinbase, David Duong, “controles rígidos para a venda de certos tokens ‘afiliados a informações privilegiadas’ que exigem aviso prévio de 10 dias a esses mesmos comitês”.
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O relatório da Coinbase ainda revela que as unidades de Solana da FTX estão bloqueadas e permanecerão desta forma até 2025 devido ao cronograma de aquisição dos direitos do token. Outras criptomoedas se encontram nas mesmas circunstâncias.
Por fim, é importante ressaltar que a FTX conta com capital para pagar todos os credores e possui, internamente, um time voltado para a reestruturação da empresa. Ela tem a possibilidade de ressarcir os investidores que possuíam criptomoedas junto a empresa e ficaram em situação negativa.
Recentemente, a corretora possui US$ 16 bilhões em dívidas e US$ 7 bilhões de patrimônio. As dívidas, no entanto, podem crescer a depender da exigência do credor.
Fonte: Exame