De acordo com a análise das grandes empresas globais e dos analistas e economistas, as estimativas para o aumento do PIB para 2023 têm atingido os valores 0,8% e 1,2%, um valor abaixo dos 2,9% atingidos no ano anterior. Essa redução acontece principalmente pela instabilidade com a recuperação global de políticas monetárias privativas. No entanto, uma questão em comum entre os especialistas é que o agronegócio será o motor da economia brasileira.
Segundo o mercado financeiro, as atividades pecuárias, agrícolas, indústria e serviços do segmento crescerão 7,5% em 2023. No entanto, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) visualiza um aumento de 9% em relação ao ano anterior.
O coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, ainda revela que o número pode chegar a 10%. Há alguns fatores para as projeções, o maior deles sendo a safra de verão colhida em fevereiro.
No último levantamento do IBGE, a estimativa era que a produção de leguminosas, cereais e oleaginosas resultaria em 298,0 milhões de toneladas, um valor de 13,3% a mais que o de 2022. A área de colheita também aumentará, sendo 75,8 milhões de hectares, 3,5% a mais que o ano anterior.
Segundo Conchon, essa “deve ser uma nova safra recorde de grãos”. A estimativa de produção para a soja foi de 145 milhões de toneladas, enquanto a de milho é de 121,4 milhões de toneladas (28,7 milhões de toneladas na 1ª safra e 92,7 milhões de toneladas de milho na 2ª).
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Já com o arroz, a probabilidade é que a produção chegue a 10 milhões de toneladas, de algodão em 6,8 milhões e trigo, 8,7. Pelos números é esperado que o setor obtenha uma recuperação quando comparado com o ano anterior.
PIB do agronegócio
Em 2022, o PIB do agronegócio (analisado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepa), da Esalq/USP) caiu para 4,22%. Em 2020 e 2021 o setor obteve recordes com o aumento sendo de 22,8% e 8,5%.
Um dos motivos para a diminuição do ano passado está relacionada aos aumentos dos valores dos insumos vindos pelo efeito da Guerra da Ucrânia e Rússia. Renato Conchon destaca que a safra de 2022 foi a “a mais cara da história”.
Os valores do KCL (cloreto de potássio) aumentaram em cerca de 107,2%, entre junho de 2021 e junho de 2022, de acordo com as informações da CNA. Além disso, o MAP (fosfato) subiu cerca de 51% e os da ureia aumentaram 47,4%. Os de glifosato saltaram 225,6%.
O clima foi um dos motivos que auxiliou em relação a 2022 visto que houve um período de chuvas muito proveitoso para o setor. A colheita de cana de açúcar teve um atraso pela quantidade de chuva que caiu. A perda de força do La Niña, conhecido por ser um esfriamento das águas do Pácifico, também é uma das principais causas.
O mercado internacional mostra-se melhor para os produtos do Brasil. Recentemente, o Banco Central revelou que o Índice de Commodities (IC-Br) baixou de 14,01% em 12 meses até março e os valores da agropecuária reduziram apenas -1,31% no período.
De acordo com as informações da CNA, “a projeção para 2023 é que as atividades “dentro da porteira”, conhecida como agropecuária, sejam 7,8% de todo o PIB no país. Esse aumento no PIB pode levar a um aumento da proporção da atividade no produto interno nacional.
É válido ressaltar que o PIB agrícola, entre os anos de 2013 e 2022, aumentou sua fatia em 51%, de 4,5% do total para 6,8%.
Segundo o coordenador econômico da CNA, existem nessa somatória diversos fatores. Renato Conchon entende que a indústria perdeu força de acordo com a diminuição de renda dos indivíduos e impactados pela mudanças como a pandemia e as oscilações da política econômica.
Ainda assim, houve uma tentativa de aumento de produtividade do setor agrícola que deve melhorar conforme ocorre a recuperação de áreas de pastagem que atualmente estão degradadas. Estas mesmas têm chances de serem usadas para lavoura. Outro pontos que foram melhorados foram a chance de armazenagem e logística.
Fonte: Jota
Autor(a): Yun ki lee, Santamaria nogueira silveira