Recentemente, a empresa siderúrgica Paranapanema precisou passar por um processo de recuperação judicial e realizou um pedido urgente com a 1ª Região Administrativa Judiciária de São Paulo. Cerca de 80 colaboradores foram desligados da planta de Santo André.
“Restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro, honrar os compromissos e, em um futuro próximo, retomar o crescimento“, informou a instituição através de um comunicado. Com a recuperação é possível que as empresas organizem as dívidas e negociem a situação para que não caminhe para a demissão, não pagamento ou falência.
A empresa em questão possui um montante de dívidas operacionais que chegam a um valor de R$ 450 milhões. Segundo o diretor presidente e de relações com investidores, Marcelo Milliet, a instituição da recuperação judicial dá “fôlego para a empresa retomar o fluxo normal de operações e garantir o abastecimento de mercado“.
O colaborador da instituição Geovane Corrêa é diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e revelou que cerca de 80 trabalhadores foram desligados em novembro, alguns dias após a definição de um acordo de banco de horas.
A movimentação foi inesperada visto que as informações sobre as dívidas e as entradas de valores reduzidas eram informadas. Outra mudança realizada foi a alteração do diretor presidente, função que será realizada agora por Marcelo Milliet.
Corrêa detalha que “se os trabalhadores fossem envolvidos nessa decisão, o sindicato ao menos saberia como ajudar toda a fábrica. Mas, a partir do momento em que os funcionários não têm autonomia para participar de nada, isso se torna muito desconfortável“. Os colaboradores tiveram conhecimento das informações através de outras pessoas e não sabem ao certo sobre pagamento dos que foram demitidos.
Por outro lado, Milliet destaca que “estamos comprometidos em recontratar os desligados assim que conseguirmos retomar nosso ritmo de produção” e destacou que a recuperação não afetará nos pagamentos que a empresa precisa fazer.
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O sindicato quer um parecer oficial já que “o maior problema é a falta de diálogo da empresa com os trabalhadores. Isso causou um estrago muito grande, e até agora a firma não se pronunciou diretamente. Ou seja, essa decisão foi feita de forma unilateral, sem nos explicar tudo o que está acontecendo, o que gerou desconfiança sobre o destino que teremos“, revela Corrêa.
Ela finaliza informando “sobre os demitidos, queremos saber se os pagamentos serão feitos conforme a lei exige. Porém, não tivemos nenhuma resposta sobre isso. Protocolamos o pedido de informações e demos um aviso de greve, mas a empresa segue distante e fria sobre nossa situação, o que nos deixa apreensivos“.
No dia 30 de novembro os trabalhadores se juntaram para realizar um protesto em Santo André pedindo para que a instituição realize uma reunião com os trabalhadores em até dois dias para que sejam trabalhadas as questões relacionadas à empresa e os desligamentos. A Paranapanema ainda não discutiu sobre os desligamentos.
Fonte: Diário do Grande ABC
Autor(a): Ana Caroline Enis