Assim como em outras áreas do mercado, as empresas familiares do agronegócio também costumam lidar com a sucessão familiar em casos em que é necessária a alteração da liderança. A realização desse processo costuma provocar questionamentos tanto para os responsáveis diretos pela sucessão quanto para os funcionários que terão que se adaptar à nova realidade.
Um estudo organizado em 2021 pela Fundação Dom Cabral (FDC) e JValério Gestão e Desenvolvimento levantou, após escutar 207 gestores de empresas nacionais, que mais de 80% dos agronegócios são chefiados pelos fundadores e somente 16% dos gestores são da 3ª geração da família, ou seja, há uma dificuldade para manter os sucessores interessados em realizar essa governança. Os apontamentos reforçam que há alguns desafios no processo de adaptação que a empresa e seus líderes precisam levar em consideração na hora da sucessão. Elencamos alguns pontos a serem analisados:
1. Planejamento prévio
É recomendado que o processo seja antecipado e seja encarado como uma das metas da instituição. A indicação de um planejamento sucessório prévio é para evitar, até mesmo, que o negócio sofra financeiramente pela falta de um profissional na liderança. Sabemos que a realidade costuma ser outra com as instituições agindo somente quando acontece alguma adversidade que leva ao afastamento do antigo gestor.
Vale destacar a importância de constar nesse planejamento os pontos de relevância e as prioridades para o negócio, as metas que possuem no setor em que se encontram e os ideais que visam passar para todas as gerações que comandarem.
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2. Comunicação e entendimento do momento dos herdeiros
A escolha do sucessor é por si só um desafio uma vez que o melhor nome para o momento precisa ser bem averiguado e outros pontos além da afinidade devem fazer parte dessa escolha. Tópicos como ter habilidades necessárias para o cargo são importantes para a tomada de decisão. Após a seleção fica indispensável entender se a resposta vai ser positiva.
Apesar de estarem acostumados a verem os pais trabalhando no campo, muitos filhos não se interessam em dar continuidade com o negócio por motivos diversos, como interesse em migrar para cidade, sentimento de falta de preparo e divergência de pensamentos.
3. Diferenças culturais
Geralmente é um dos motivos no qual os filhos se baseiam para justificar a sua não aceitação como sucessor. Por já caminharem com os seus ideais e prioridades, as instituições e seus patriarcas costumam seguir uma fórmula de sucesso (geralmente passada de geração para geração) e não aceitam quando são questionadas. Por outro lado, o filho impactado com as tecnologias e com um pensamento mais amplo pode vir a impor novos processos e investimentos a serem realizados pela empresa. Aqui entra a necessidade de entrarem em consenso para adequarem os pontos de vista.
Mesmo com métodos tradicionais, investir em tecnologia é de grande importância para facilitar processos e garantir mais lucro. Atualmente já é possível perceber a forma como os softwares podem ajudar o produtor rural a coletar informações e organizar dados, por exemplo.
4. Preparo do herdeiro
Os filhos precisam estar preparados para assumir o novo cargo. Essa capacitação é crucial para que o novo profissional consiga manter a empresa crescendo e que os valores básicos não se percam. Nesse estudo, além de entender os pontos a serem melhorados profissionalmente, o filho deve entender como a empresa trabalha como um todo e de que maneira os outros cargos funcionam e os responsáveis diretos por cada um deles. Algumas ações que facilitam nesse processo são: trabalhar em outras empresas similares antes de tomar o comando e acompanhar os atuais líderes nos processos diários, assim como manter uma comunicação direta com eles.
As instituições podem contar com a ajuda de um time que servirá como um amparo para lidar com todos os desafios, até os não citados acima ou os particulares de determinado negócio. A Recuperação Brasil atua no mercado realizando o planejamento sucessório junto com os produtores rurais, garantindo que a sucessão seja positiva e evitando conflitos familiares e crises financeiras. Entre em contato com a equipe para saber mais.